Carrego Comigo
Trago guardado num canto recôndito
Um canto, pois, que a minha voz derrama
Neste pranto, estes ais, com que suspiro
Na chama inexorável da saudade.
Este canto, este som, que vem de dentro
Dos meus gemidos, lágrimas e amores;
Minh’alma quer lutar côs desenganos
Isto faz da minh’alma puro canto.
Alma minha cruel, que te partiste
Ó Musa que mantém minh’alma presa
Oh, alma da minh’alma, a ingrata, a bela!
Meu canto sufocado em contracantos
Que as vozes de alegria em ais convertem
Ó, doce lira, cesse os versos tristes.
Meu canto não vale um mísero conto.