Do preto
espesso
um preto vivo
palpitante
Fez-se ocre
púrpura
com rajadas
lilás
súbito, explode
numa orgia de sons

cores e luzes
estrambóticas
Coberta de nuvens
eu a descubro
Sob focos luminosos
entre gases perfumados
Mulher de sonho...

Galariam!? Galariam!?


"Misteriosamente uma androide
gritou docemente
Me mostrou a vida
Me encheu de cores"

(caco da música cidade oculta, Arrigo Barnabé)

Autos (não identificados)
raptam-na. De repente.
Lúcido e demente
a persigo em círculos
por vias tortas/cinzentas

preto,12

Uns verdes outros azuis
e os cinzas mais velozes

vermelho,52

Parem, por favor!

PAREM!!!

Indo ou vindo outro
veículo
baixe os faróis

A luz me cega os olhos...
__ Quem é você? (um bofetão na cara).
Não adianta, chefe, ele é durão (risos)

__ Que nada! Baixem o cacête
no f.d. puta que ele fala. Eu quero saber
porque seguiu a gente.
Se não falar... matém-no.

__Nãããããoooooooooo !!!

(Ah, eu não me canso
de chamar seu nome;
seu nome sem fim
)
Sob o luar róseo
de néon
dos letreiros
luminosos

eu a procuro

Anjos malditos
vagueiam ao léu/luar
:damas-de-paus

Onde você está?
Em que cama você está?
Apelo
Pros astros I Ching
pras cartas de tarô
Nos IRCs
Alô?
Alô?
Alô? Alô? Alô?

Acelero loucamente

( a vida sem você
não faz sentido)

Entrecortando

eu sigo em frente/
sempre
a faixa branca
a pista escorregadia

um tunel
no fim da luz
             
     noiteXdia 
claroXescuro
próximoXdistante
esquerdaXdireita
emcimaXembaixo
negativoXpositivo
ligaXdesliga

Pane no painel

( O aparelho salta
sem comando )

Sigo sem controle:
nave sem rumo
ave que plana
sem destino

Na contramão, bato
violentamente
e voo pelos ares

GAME OVER

CONTINUE

END



(até breve!!!)


"Amar e esquecer
Amar e malamar
Amar, desamar, Amar"

Carlos Drummond de Andrade